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EUA 2020. Pela Estrada Fora #3: Cuba Libre, marijuana e Deus no comando

Na Florida disputa-se o voto dos cubanos, de tendência cada vez mais conservadora, com Biden a gastar milhões em anúncios televisivos. Depois da vez de Pence e Harris, será neste estado, mais precisamente em Miami, que irá decorrer o próximo debate entre os candidatos à presidência — ou será que não? Para complementar esta viagem “Pela Estrada Fora”, passamos por Nova Jérsia e a discussão sobre a cannabis recreacional e visitamos o passado para compreender a importância de ser (ou não) católico

Uma apoiante de Biden em Boca Raton, Florida
Johnny Louis

Cátia Bruno

Na primeira edição deste “Pela Estrada Fora”, dissemos que íamos falar muito sobre a Florida ao longo desta campanha. A prova de que não estávamos a mentir é que eis que hoje voltamos ao estado dos aligátores, mais concretamente ao condado de Miami-Dade. É ali que se encontra o estúdio da estrela de Youtube Alex Otaola, que mereceu honras de reportagem numa conhecida revista de esquerda norte-americana. Otaola, imigrante cubano e assumidamente gay, poderia à primeira vista encaixar que nem uma luva no eleitorado democrata. Mas a verdade é que a reportagem da Mother Jones acontece precisamente porque Otaola é um dos jovens cubanos que mais tem promovido o voto em Donald Trump.

Que os cubanos costumam ocupar o lugar mais conservador entre os imigrantes latinos, ja sabíamos. Mas, nos últimos anos, até as gerações mais jovens de imigrados têm virado marcadamente à direita. É o caso de Otaola, ex-democrata que votou em Hillary Clinton em 2016 e que agora é fã e profeta do atual Presidente. Entre os cubanos que chegaram à América desde 2010, 76% registaram-se como republicanos. E a tendência está a aumentar: a empresa de estudos políticos latinos Equis Research aponta que o número de cubanos que se identifica como republicano disparou para o dobro de 2016 para 2019.