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Eleições nos EUA. Trump diz que promessas de Biden são "só palavras"

Biden aceitou durante esta madrugada a nomeação para candidato à presidência dos Estados Unidos, um momento que representa o culminar de uma carreira política com quase cinco décadas

Peter Foley/EPA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu ao seu adversário nas eleições de novembro, Joe Biden, defendendo que as promessas que fez quando aceitou a nomeação dos democratas, na quinta-feira, não passam de "palavras".

"Em 47 anos, o Joe não fez nenhuma das coisas de que agora fala. Ele nunca vai mudar, [são] só palavras!", escreveu Trump na sua conta na rede social Twitter.

Biden aceitou durante esta madrugada a nomeação para candidato à presidência dos Estados Unidos, um momento que representa o culminar de uma carreira política com quase cinco décadas.

O ex-vice-Presidente de Barack Obama prometeu virar a página do "medo" e comprometeu-se a ultrapassar os "tempos de escuridão" em que Donald Trump mergulhou os Estados Unidos.

Salientando que este é "um dos momentos mais difíceis que os Estados Unidos já enfrentaram", com a pandemia de covid-19, "a maior crise económica desde a Grande Depressão" e "o maior movimento pelos direitos civis [dos afro-americanos] desde os anos 1960", Biden assegurou que a sua eleição permitiria responder a estas crises sem precedentes.

"O Presidente continua a dizer-nos que o vírus vai desaparecer. Ele ainda está à espera de um milagre", acusou Biden, prometendo lançar uma estratégia nacional para combater a pandemia "no primeiro dia" do seu mandato.

"A nossa economia nunca recuperará até lidarmos com este vírus", defendeu.

Donald Trump fez ainda outras críticas a Biden, numa entrevista que coincidiu com o último dia da Convenção Nacional Democrata, transmitida pela Fox, o seu canal de televisão favorito.

Na entrevista, o Presidente norte-americano previu que, caso Biden seja eleito, destruirá a economia.

"Os impostos vão duplicar ou triplicar (...), vão aniquilar este país e a economia", afirmou Trump, pouco antes de Biden fazer o discurso de aceitação da nomeação presidencial pelo seu partido.

Quanto às críticas de que o seu Governo dividiu o país, Trump disse que não teria sido eleito se não tivesse havido má gestão por parte do seu antecessor, Barack Obama, e do então vice-Presidente Joe Biden.

"Ninguém se lembra de como este país estava dividido com Obama", acusou.

Trump reiterou também que haverá uma fraude maciça nas eleições de 3 de novembro, invocando os votos pelo correio.

"É um desastre, estão a enviar 51 milhões de votos pelo correio para pessoas que nem sequer os pediram (...). Podem estar mortos, quem sabe", acusou Trump, insistindo que "esta é a eleição mais fraudulenta da história" dos Estados Unidos.

Há semanas que Trump tem vindo a fazer campanha contra o voto por correio, uma prática que as autoridades de uma dúzia de estados estão a promover como uma medida extraordinária face à pandemia do novo coronavírus.

Trump deu a entender que o envio "indiscriminado" de votos é uma estratégia da oposição, dizendo ser uma prática que ocorre "em áreas democráticas e não republicanas".

A votação por correio é uma prática comum nas eleições norte-americanas, tal como em muitos outros países, e as acusações de fraude são sem precedentes na história da democracia dos EUA.

Nas eleições presidenciais de 3 de novembro, Donald Trump enfrentará Joe Biden, que lidera as sondagens nas intenções de voto.

Os democratas confirmaram na terça-feira a nomeação de Biden como candidato contra Trump.

A seu lado estará a senadora da Califórnia Kamala Harris, terceira mulher a ser designada como candidata a vice-Presidente nos Estados Unidos, depois da democrata Geraldine Ferraro, em 1984, e da republicana Sarah Palin, em 2008, que não foram eleitas.

A aceitação do antigo vice-Presidente marcou o encerramento da Convenção Nacional Democrata, que decorreu de forma inteiramente virtual, durante quatro dias.