Desfeito que parece estar o mistério sobre o paradeiro do rei emérito Juan Carlos I — alojado num hotel de luxo em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, segundo o diário monárquico “ABC” —, gera mais inquietação o futuro da monarquia em Espanha. Os acontecimentos que fizeram sair de Espanha o homem que reinou durante 39 anos puseram e nu a fragilidade do sistema desenhado pelo ditador Francisco Franco para lhe suceder, encarnado em Juan Carlos de Borbón. O sentimento monárquico está em declínio entre os cidadãos, sobretudo os mais jovens.
O enorme estrago causado pela sucessão de escândalos financeiros e sentimentais protagonizados pelo pai do rei Filipe VI suscita dúvidas sobre se, após o atual monarca, chegará a reinar a sua filha mais velha, Leonor de Todos los Santos Borbón Ortiz, que faz 15 anos em outubro. Se em tempos prognosticaram para Juan Carlos o cognome “o Breve” (ver texto na página ao lado), hoje fala-se de Filipe, “o Último”.