Um jovem de 17 anos, do Michigan, foi submetido esta terça-feira a um duplo transplante de pulmões, uma intervenção descrita como “histórica” e a única que o podia salvar do diagnóstico de “morte iminente”, consequência de uma grave doença relacionada com a utilização de cigarros eletrónicos.

Considerado irreversível, o problema de saúde seria fatal, tendo os médicos do hospital Henry Ford, que o acompanharam, declarado que o rapaz morreria numa questão de dias. Hassan Nemeh, responsável pelo serviço de transplantes e um dos cirurgiões envolvidos neste duplo transplante, não precisou que tipo de substâncias usava o jovem nos cigarros eletrónicos, mas descreveu os danos causados nos pulmões como “algo que nunca tinha visto”, apesar dos 20 anos de carreira.

O jovem, cuja identidade não foi revelada, foi internado num hospital local no início de setembro, com sintomas inicialmente confundidos com uma pneumonia. Foi depois piorando, até que as dificuldades respiratórias obrigaram a que fosse entubado poucas semanas depois.

Já em estado crítico, foi transferido para o Henry Ford e colocado numa lista de espera para transplante, mas no topo, dada a gravidade do caso. Cerca de uma semana depois, a 15 de outubro, surgiu um dador.

Em fase de recuperação, o rapaz já não está ligado ao ventilador, começou a andar e, aos poucos, está a recuperar. Deverá em breve ser transferido para um centro de reabilitação, segundo a informação avançada pelo hospital.

O caso está a ser divulgado como um alerta. Com 40 mortes oficialmente confirmadas nos Estados Unidos por problemas relacionados com a utilização de cigarros eletrónicos e, pelo menos, 2051 casos prováveis de doença com a mesma origem, as autoridades de saúde redobram os avisos.

A família do jovem fez também questão de explicar como este foi saudável até aos 16 anos, ativo e um regular praticante praticante de desporto. Tudo mudou pouco depois de começar a usar os cigarros eletrónicos, disseram os pais.