Um grupo criminoso em Palermo (Sicília) encenava acidentes de viação e partia realmente membros do corpo às alegadas vítimas, a fim de receber indemnização de seguros. O esquema, que para já levou à prisão de mais de 40 pessoas, foi descoberto quando uma das vítimas morreu depois de os vigaristas exagerarem na violência.
Os alvos escolhidos eram pessoas à margem da sociedade: doenças mentais, toxicodependentes, alcoólicos. Eram levados para uma casa onde os entorpeciam com droga e lhes punham um braço ou uma perna no bloco de cimento, sobre o qual atiravam sacos com pesos de ferro de 20 quilos. Simulado o acidente numa zona sem câmaras de vigilância, a pessoa era levada ao hospital pelos seus "parentes", que tratavam de tudo.
Para os infelizes, o pagamento não ultrapassava algumas centenas de euros. Para os seus algozes, era muito mais. Segundo a BBC, o esquema rendeu mais de dois milhões de euros num ano. Além dos executantes físicos, havia médicos e terapeutas metidos nele. E para os trâmites legais não faltava um advogado.
Entre os 50 casos conta-se o de o imigrante tunisino que a certa altura já vários membros partidos. Um chefe da polícia de Palermo explicou: "Parece que ele quis que parassem de lhe bater, mas para poderem continuar deram-lhe uma dose de crack e ele morreu de paragem cardíaca. Apesar disso, levaram-no para a beira da estrada a fingir que tinha tido um acidente de viação".
Já no ano passado tinha sido descoberto um esquema semelhante. Na altura, uma das pessoas presas foi a enfermeira que fornecia analgésicos às vítimas quando os ossos lhes eram quebrados.