A primeira-ministra britânica Theresa May quer continuar o caminho “por um Brexit ordeiro”. Porém, entre as duas dezenas de candidatos que se perfilam para lhe suceder no lugar, lideram os mais radicais. Temendo o avanço dos extremistas pró-Brexit, a ala mais moderada dentro do partido (que envolve cerca de 40 deputados) criou o grupo “One Nation” com o objetivo de encontrar um sucessor que se comprometa em "bloquear" uma saída sem acordo da União Europeia, avança este domingo o jornal britânico “The Guardian”.
O grupo, liderado pela ministra do Trabalho Amber Rudd e os ex-ministros Damian Green e Nicky Morgan, começou a ser formado em reuniões secretas centrado na preocupação de o partido estar a perder a noção de “conservadorismo compassivo”, segundo fontes citadas pelo The Guardian. O “One Nation” conta também com o apoio de outros membros do Executivo de May, como os ministros da Energia, Claire Perry, da Saúde, Stephen Hammond, e outros como Rory Stewart, Bim Afolami, Greg Clark, David Gauke, David Mundell, Greg Clark, David Gauke ou David Mundell.
Depois das lições do passado, perceberam que “precisam de estar organizados de modo a agir e influenciar como grupo a agenda que defendem”, avançou ao jornal britânico uma fonte do grupo.
Na frente da corrida à sucessão de Theresa May estão posicionados Boris Johnson, Dominic Raab e Michael Gove – todos fortes apoiantes da saída do Reino Unido da UE – e o ex-ministro dos Negócios estrangeiros, Jeremy Hunt, que fez campanha pelo “remain” no referendo de 2016, mas que tem apoiado a linha mais dura nas negociações. Raab, que se demitiu em 2018 do cargo de responsável pelas negociações do Brexit é visto como o “candidato da mudança” pelos deputados que estão contra Boris Johnson. Gove, que tem estado sempre ao lado de Theresa May, é apontado como “a melhor pessoa” para conseguir um acordo comercial com a UE. Contudo, a linha dura dos “brexiters” não o apoia. Outros nomes podem ainda aparecer na lista dos candidatos a suceder a May, entre os quais a ex-ministra da Educação, Justine Greening, que defende um segundo referendo.
O problema, sublinham os apoiantes da linha mais moderada dos conservadores, é que na lista final podem ficar apenas dois dos candidatos mais radicais para suceder a May.
A líder do Partido Conservador disse que não tenciona liderar a “próxima fase” das negociações com Bruxelas, das quais vai depender o futuro relacionamento político e económico entre o Reino Unido e os 27 Estados-membros da UE.