Homens de fatos brancos, máscaras e luvas foram vistos na manhã de dia 30 de junho, na localidade de Amesbury, no sudoeste de Inglaterra, a socorrer um homem e uma mulher, inanimados, e tudo parecia uma overdose com uma qualquer droga adulterada. Foi esta a primeira tese da polícia. Mas análises específicas realizadas já com ambos em estado crítico, mostram que foram infetados com Novichok, o mesmo agente químico utilizado contra o ex-espião Sergei Skripal e a sua filha Yulia, em março deste ano.
As vítimas já foram identificadas como Charlie Rowley, 45 anos e Dawn Sturgess, de 44 e ambas foram levadas para o hospital de Salisbury, a localidade que tinha já testemunhado o crime contra os dois cidadãos russos. As autoridades descartam a existência de risco “significativo” para a saúde pública, mas está o caso está a ser tratado como “um grave incidente”. Numa conferência de imprensa esta noite, o chefe da Unidade Anti-Terrorismo da Polícia de Wiltshire, Neil Basu, disse que este incidente passou da alçada da polícia para a desta unidade e confirmou a existência de Novichok em ambas as vítimas.
Margaret Strange, presidente da câmara de Amesbury pediu aos residentes que se mantenham calmos, apelando ao conhecido estoicismo britânico: "Nós somos britânicos, sabemos manter a normalidade perante as adversidades", disse Strange.
Em março, a primeira-ministra britânica Theresa May acusou o governo russo de estar por trás do ataque e promoveu a mais abrangente purga de diplomatas russos realizada entre aliados desde os tempos da Guerra Fria. Apesar de terem confirmado que um agente químico tão poderoso só poderia ter sido realizado por um laboratório estatal, os cientistas de Porton Down, que analisam as amostras de agentes químicos, não conseguiram determinar sem margem para dúvidas a origem do veneno.
Mais de 100 agentes estão destacados para esta investigação e a possível ligação entre este caso e o dos Skripal é uma das linhas de investigação da polícia.
(em atualização)