Felicito o semanário Expresso por ter chegado ao número 2000. Felicitação de uma família de leitores desde 1973, que o observou atentamente no decurso das semanas da história nacional e internacional por ele noticiada, comentada a cinza e a cores. Fez e faz parte da nossa cultura a nível da política, da ciência e das artes, sem esquecer a culinária (com referência especial às Ementas de Jorge Paixão, selecionadas e arquivadas entre 1995-98).
Com o Expresso inaugurei 2011 em otimismo de sucessos portugueses de 2010, a partir de "Sim, nós conseguimos!" da revista Única. E, na hora de balanço de 2010, verifiquei que esse semanário provocou muitos dos textos publicados no meu blogue durante 2010. No momento em que o recolhia para a reciclagem, folheava-o e encontrava textos que não queriam ser abandonados e, para não ficar atolada em papel, decidi reciclá-los textualmente.
Leitura em vários tons
Em nossa casa, lê-se o Expresso desde o seu nascimento de modo diferente. Há a leitura a preceito, acinzentada, valorizadora da notícia e do comentário, e aquela, mais leve e mais colorida, com paragem obrigatória onde haja a ironia provocatória do sorriso ou a comicidade até à gargalhada. É sobre esta leitura que me vou debruçar. Talvez porque ela alimentou momentos de boa disposição e de alegre e fácil conversa aliada a assuntos políticos e culturais.
Destaco a secção Gente, que, durante anos, e não agora, me fez sorrir e ler em voz alta em partilha do texto e do comentário. A par, vai o cartoon de António, despoletador de sorriso, gargalhada ou adivinhação do significado subjacente (ora anda cá, como interpretas?). Seguem-se As Cartas do Comendador, algumas com tanta piada que, lidas e relidas em coletivo, provocaram o riso até às lágrimas. Tudo o resto surge na recordação com a cor acinzentada de um semanário abrangente e diversificado, cumpridor do seu dever.
Nos últimos tempos, sinto que o sentido de humor se vai perdendo no Expresso ou em mim, mas continuo a buscá-lo. Por incrível que possa parecer (ou talvez não), encontrei-o, ultimamente, no caderno de Economia, a partir do momento em que Nicolau Santos decidiu colocar um poema no centro da sua página de opinião. Ironicamente, ele une a economia à poesia, duas criações do ser humano, por vezes, ambas virtuais. (...)
Maria José Azevedo
Braga
- A opinião dos leitores
- Um apoio na vida pessoal e profissional, por Almor Serra
- O Expresso só à 2ª (ou mesmo à 3ª de manhã), por Santiago Macias
- Velhos problemas muito atuais, por Raul da Silva Pereira
- Papel por todos os cantos da casa, por Margarida Cunha
- Saudades de outros tempos, por João Bernardo Lopes
- Uma pedrada no charco, por João Pinto
- O medo de contar verdades incómodas, por António Silva Carvalho
- Leitura com música, por José Rodrigues Franco
- Três ou quatro semanas de costas voltadas, por José N. Celorico
- 'Conselhos' do Expresso para negócios de família, por José Manuel Bastos