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Trabalho

Greves: acordos de Montenegro atenuam contestação social

Número de pré-avisos de greve contabilizados nos primeiros dez meses deste ano fica 35% abaixo do registado no mesmo período de 2023. Sindicatos e politólogos relacionam redução da conflitualidade com a mudança de Governo e com os acordos firmados com a função pública

António Pedro Ferreira

Depois de no ano passado terem sido alcançados máximos históricos desde, pelo menos, 2005, o número de pré-avisos de greve registados em Portugal está em queda. Nos primeiros dez meses do ano, foram comunicados, na Administração Pública e no setor privado, 1242 pré-avisos de greve, dos quais 808 no setor privado e 434 no Estado, mostram os dados compilados pelo Expresso junto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP). São menos 673 pré-avisos de greve do que os 1915 contabilizados nos mesmos dez meses do ano passado.

Para esta redução de cerca de 35% terão contribuído, segundo os sindicatos, os acordos setoriais que o Governo de Luís Montenegro tem vindo a assinar com a função pública desde que tomou posse, as medidas para os pensionistas e o compromisso assumido com os privados no acordo de rendimentos. Mas, garantem os politólogos, as eleições e a mudança de Governo também terão ajudado a pacificar o clima de contestação em Portugal.