Na passada semana, o Governador do Banco de Portugal (BdP) e antigo ministro das Finanças, Mário Centeno, deixou irritados o Governo e os partidos da oposição ao referir, mais uma vez, que Portugal está analisar a questão da fuga de talento qualificado a partir de “números enganadores”, sugerindo que a emigração qualificada não é em si um problema, porque o país é compensado com a entrada em maior número de estrangeiros com qualificação superior.
No Parlamento, durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, o Governo ripostou com números. A ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho afirmou que três em cada dez jovens portugueses emigram. Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, sublinhou o problema referindo que entre 2021 e 2023, saíram do país 42 mil jovens com formação superior.
Neste descodificador mostramos-lhe que Centeno e o Governo estão ambos certos, mas também que o contexto atual do mercado de trabalho tem impactos económicos.