Vinte e nove anos passados sobre a Declaração de Pequim, subscrita em 1995 pelos países-membros da Organização para as Nações Unidas (ONU), documento que é apontado como um dos pilares da luta global pela igualdade de géneros, os seus objetivos ainda continuam por alcançar. A maioria dos países europeus adotou regulamentação específica para garantir a igualdade e a não discriminação entre homens e mulheres em matérias críticas como o acesso ao mercado de trabalho, a formação e os salários, mas os desígnios da igualdade mantém-se longe das ambições dos vários Estados.
Em Portugal, neste que é o Dia Internacional da Igualdade Salarial, as mulheres, mesmo sendo mais qualificadas, ainda ganham em média menos 239 euros mensais (16%) do que os homens, considerando os dados mais recentes, relativos a 2022. E as más notícias não se ficam por aqui. Depois de dez anos de redução consistente, o fosso salarial entre homens e mulheres no país, voltou a aumentar. Carla Tavares, presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), sublinha a importância das medidas existentes, mas admite que o país possa não estar a “investir o suficiente em perceber as causas desta desigualdade persistente”.