Trabalho

Número de desempregados inscritos nos centros de emprego voltou a recuar em abril

Desemprego registado está em queda há três meses, mas mantém-se 7,8% acima do registado no mesmo mês de 2023. Há no país mais 22 mil desempregados do que há um ano

marcos borga

Em abril deste ano, o desemprego registado, medido pelo número de desempregados inscritos nos centros de emprego nacionais, recuou 1,9% em cadeia, ou seja, face a março, para 318.331 pessoas. São menos 6285 desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego nacionais do que em março deste ano, apontam os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgados esta terça-feira.

Trata-se da terceira descida consecutiva do desemprego registado no país. Ainda assim, em abril, o total de desempregados registados ficou 7,8% (+22.909 pessoas) acima do verificado no mesmo mês de 2023.

“Para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2023, na variação absoluta, contribuíram os inscritos há menos de 12 meses (+23.486), os que procuram um novo emprego (+20.268) e os detentores do ensino secundário (+18.194)”, aponta o IEFP na nota que acompanha a síntese estatística do desemprego registado relativa a abril.

A desagregação dos dados a nível regional mostra que no mês de abril o desemprego aumentou em termos homólogos em todas as regiões do país, com exceção dos Açores, onde o número de inscritos recuou 13,2% e 21,4%, respetivamente. O aumento mais expressivo do desemprego registado verificou-se no Algarve, com um agravamento de 18% face a abril de 2023.

Já na comparação com o mês anterior, com exceção da Região de Lisboa e Vale do Tejo e Centro, a tendência é de redução do desemprego nas várias regiões, com a maior variação a acontecer na região do Algarve (-19,4%).

Trabalhadores não qualificados e pessoal administrativo lideram os desempregados inscritos

Considerando os grupos profissionais dos desempregados registados no Continente, o IEFP destaca os trabalhadores não qualificados (27,2%), trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores (20%), pessoal administrativo (12,1%) e especialistas das atividades intelectuais e cientificas (10,3%).

Já no que respeita à atividade económica de origem do desemprego, 73% dos desempregados inscritos tinham trabalhado em atividades do sector dos serviços, com destaque para as atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio, que representam 33,8% do total de inscritos. O sector secundário responde por 20% dos inscritos, com particular relevo para a construção (6,3%). Ao sector agrícola pertenciam 4,5% dos desempregados contabilizados pelo IEFP.

O serviço público de emprego destaca ainda que, face ao mês homólogo de 2023, o desemprego aumentou nos grandes setores económicos, nomeadamente no agrícola (+1,8%), no secundário (+9,6%) e no terciário (+9,3%).

No final de abril, os serviços do IEFP contabilizavam 12.085 ofertas de emprego por preencher em todo o país, menos 3383 (21,9%) do que as registadas há um ano e menos 28 (-0,2%) do que em março deste ano. No mesmo mês, inscreveram-se nos serviços de emprego 45.867 desempregados, mais 8732 (+23,5%) e mais 1480 (+3,3%) face a março.