Entre 2011 e 2022 o prémio salarial associado à formação superior caiu para quase metade em Portugal, passando de 51% para 27%. Por outras palavras, investir num curso superior era, no ano passado, menos compensador para um jovem até aos 34 anos, em matéria salarial, do que em 2011.
Acontece que nos últimos anos, as exigências de qualificação técnica e superior - nomeadamente em competências digitais e tecnológicas - dispararam, pressionando as empresas em matéria de contratação, indica o relatório anual da Fundação José Neves, “Estado da Nação sobre Educação, Emprego e Competências em Portugal 2023”, divulgado esta quinta-feira, a que o Expresso teve acesso.
A braços com um cenário de escassez de talento disponível e dificuldades de contratação nunca vistas, Portugal vive um momento decisivo, que obriga o país a repensar toda a sua estrutura de ensino para conseguir formar e requalificar profissionais com as competências adequadas.
Há, contudo, um problema de fundo: a classe docente portuguesa é a mais envelhecida da Europa e “um sistema educativo que não consegue atrair novos professores compromete o futuro dos alunos” e, consequentemente, dos profissionais, alerta Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves, em declarações ao Expresso.