Trabalho

Desemprego registado em Portugal recua em fevereiro

Número de desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego do país inverte aumentos dos últimos meses e recua em fevereiro, para 315 mil. Só a região do Alentejo contraria a tendência

marcos borga

Depois de seis meses consecutivos a aumentar, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal diminuiu em fevereiro. No final do mês, os serviços do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) contabilizavam 315.645 indivíduos, número que corresponde a uma redução em cadeia, ou seja, face a janeiro, de 2%. Tendo como referência o mesmo mês de 2022, a redução foi de 8,3%. Os indicadores foram esta segunda-feira divulgados pelo IEFP.

São menos 28.619 desempregados inscritos do que há um ano e também menos 6441 do que os apurados em janeiro deste ano. Com os economistas a anteciparem para este ano um fim de ciclo na descida do desemprego no país, os dados de fevereiro parecem contestar a teoria. O número de desempregados inscritos no IEFP, em fevereiro, foi o segundo mais baixo de sempre (315.645 pessoas), nos meses de fevereiro. Mas será preciso esperar pelos indicadores dos próximos meses para perceber se a tendência se mantém.

Segundo a nota divulgada pelo IEFP, “para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2022, na variação absoluta, contribuíram, com destaque, os grupos dos indivíduos que possuem idade igual ou superior a 25 anos, os que procuram novo emprego e os inscritos há 12 meses ou mais”. Os dados conhecidos esta segunda-feira apontam assim para descidas homólogas, quer no desemprego jovem registado, que tem uma redução de 4,5% (-1660 jovens em situação de desemprego), quer no desemprego de longa duração, que recua 28,5%, fechando o mês com menos 48.150 inscritos há 12 ou mais meses.

Alentejo agrava desemprego homólogo

A análise da evolução do desemprego registado a nível regional mostra que o número de inscritos nos serviços públicos de emprego diminuiu, em termos homólogos, em todas as regiões, exceto no Alentejo, onde aumentou 7,3% em fevereiro. As regiões onde o desemprego registado mais diminuiu face a fevereiro de 2022 foram a região autónoma da Madeira (-32,1%) e a dos Açores (-12,4%).

No que respeita à atividade económica de origem do desemprego, o IEFP destaca que “dos 272.201 desempregados que, no final do mês em análise, estavam inscritos como candidatos a novo emprego, nos Serviços de Emprego do Continente, 73% tinham trabalhado em atividades do sector dos “serviços”, com destaque para as “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (que representam 31,6% do total); 19,3% eram provenientes do sector “secundário”, com particular relevo para a “construção”(6,4%); ao sector “agrícola” pertenciam 5,1% dos desempregados”. Por sua vez, o desemprego diminuiu, face ao mês homólogo de 2022, no setor económico "secundário" (-7,2%) e no "terciário" (-7,5%), enquanto no setor "agrícola" houve um acréscimo de 1,7%".

Focando a análise nos grupos profissionais dos desempregados registados, os mais representativos foram os “trabalhadores não qualificados“ (27,1%), logo seguidos pelos “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (20,9%), pelo "pessoal administrativo"(11,7%) e pelos "especialistas das atividades intelectuais e científicas"(10%).

Em fevereiro deste ano, as ofertas de emprego que ficaram por satisfazer também diminuíram. No final do mês contabilizavam-se 13.397 ofertas por preencher nos serviços públicos de emprego do país, menos 22,5% do que as registadas no mesmo mês do ano passado, mas mais 8,7% do que as apuradas em janeiro. Ao longo do mês, inscreveram-se nos centros de emprego 41.952 desempregados. O número supera o registado em fevereiro de 2022 (+5150; +14%), mas traduz uma redução face a janeiro deste ano (-13.889; -24,9%). Já as ofertas de emprego recebidas ao longo mês totalizaram, segundo o IEFP, 9979, número inferior ao do mês homólogo de 2022 (-1263; -11,2%) e também ao mês anterior(-994; -9,1%).