Sistema financeiro

Lucro consolidado do BPI sobe 43%, para €121 milhões

Nos primeiros três meses do ano, o lucro consolidado do BPI cresceu 43%, para 121 milhões de euros. Em Portugal o ganho ascendeu a 112 milhões, mais 52% do que em março de 2023. A receita com juros ajudou. Presidente do BPI acredita que taxas de juros vão baixar

João Pedro Oliveira e Costa do BPI
Joao Girao

Os ganhos globais do BPI subiram 43% no primeiro trimestre, para 121 milhões de euros, com a operação portuguesa a ter o principal contributo. O lucro do BPI em Portugal ascendeu a 112 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 52% do que há um ano, beneficiando da contribuição da receita dos juros cobrados no crédito. A margem financeira (diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados no crédito) cresceu 19%, para 245 milhões de euros.

As comissões líquidas cresceram 1%, para 74 milhões de euros, informou o banco esta terça-feira.

O presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, afirmou em conferência de apresentação de resultados, realizada esta terça-feira, que desde o final de 2023 se começou a verificar um movimento de ajustamento das taxas de juro e acredita nas previsões que dão como segura a queda das taxas de juro por parte do BCE (Banco Central Europeu).

“Acredito que as taxas de juro vão descer e o percentual indicado pelo governador do Banco de Portugal de 50 pontos-base faz sentido”, afirmou o gestor. Este movimento, prossegue, "terá um impacto positivo no rendimento das famílias pelo alívio das prestações no crédito", e será positivo para “as empresas que precisem de financiamento”.

Crédito a empresas cresce 6%, depósitos 4%

No primeiro trimestre o BPI registou um crescimento de 3% no crédito concedido, num total de 30,1 mil milhões de euros, com destaque para o aumento do crédito concedido às empresas, que subiu 6%, para 11,6 mil milhões de euros. Já o crédito à habitação cresceu 2%, para 14,6 mil milhões de euros e outros créditos a particulares, como o destinado ao consumo, caiu 7%, para 1,7 mil milhões de euros.

No que diz respeito aos recursos captados o crescimento foi de 3% para 38,4 mil milhões de euros, com os depósitos a crescer 4%, para 29,7 mil milhões de euros. Já nos recursos fora do balanço, como fundos de investimento, verificou-se uma queda de 2%, para 8,8 mil milhões de euros.

Os custos de estrutura recorrentes mantiveram o nível (125 milhões de euros), tendo os gastos com o pessoal crescido 2%, para 63 milhões de euros, e os gastos administrativos subido 1%, para 47 milhões de euros.

Verificou-se um custo de 6 milhões de euros não recorrente associado, segundo o presidente do banco, à saída de trabalhadores para a reforma (cerca de 35).

O rácio de eficiência melhorou, situando-se nos 38% em março de 2024.

Compra do Novo Banco? Não. Venda do BFA em banho-maria

Na conferência de resultados, João Pedro Oliveira e Costa indicou que o Novo Banco está fora do radar do BPI, referindo que não está a olhar nem vai analisar aquela instituição financeira caso o banco não vá para a Bolsa.

Já a venda da participação do BPI no Banco de Fomento Angola (BFA) está parada. O presidente do BPI afirmou na conferência dos resultados do banco que “o Governo angolano quer privatizar algumas empresas através da abertura do capital em Bolsa”, e o BFA poderá estar nesse pacote.

Não adiantou mais sobre esta venda, que está por fazer desde que o CaixaBank detém o BPI.

O rácio de capital CET1 situou-se em março nos 13,7% um decréscimo face a dezembro de 2023 quando estava em 14,1%.