Sistema financeiro

CaixaBank, dono do BPI, lucra 1005 milhões de euros até março

Nos primeiros três meses do ano, o dono do BPI viu os lucros crescerem 17,5%, para mais de 1000 milhões de euros. A receita com juros continua a ajudar os resultados. Crédito ao consumo e à compra de habitação também sobem

Gonzalo Gortázar, presidente executivo do CaixaBank
TiAgo Miranda

O CaixaBank registou um lucros de 1005 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Gonzalo Gortazar, CEO do banco, sublinha em comunicado que “num contexto em que a economia espanhola continua a mostrar forte resiliência, no CaixaBank começamos o ano 2024 com boa atividade comercial, melhorias generalizadas nas quotas de mercado e mantendo níveis sólidos de rentabilidade e eficiência”.

O banco espanhol, dono do BPI, viu a sua margem bruta cresce 12,7%, impulsionada pelo aumento da margem relativa aos juros, que até ao final de março cresceu 27,4% face a igual período de 2023.

O rácio de eficiência melhorou de 48,6%, para 40,3%; o ROE (Return on Equity, que mede a capacidade de retorno ao acionista), melhorou de 8,4% para 13,4%. O rácio de capital (CET1) decresceu marginalmente 0,1 pontos percentuais, de 12,4% em dezembro de 2023 para 12,3 em março de 2024.

O presidente executivo do CaixaBank sublinha que, nos primeiros três meses do ano, "o CaixaBank registou 1135 milhões de euros em impostos – dos quais 493 milhões correspondem ao imposto bancário, mais 32% do que no ano anterior –, um valor que supera o lucro obtido neste período".

A par do crescimento marginal do crédito total e dos recursos, de 0,2% e 1% face a dezembro de 2023, o CaixaBank destaca o crescimento dos ativos sob gestão.

O volume de negócios ronda os mil milhões de euros, tendo os recursos aumentado em 6160 milhões (+1%), para um total de 636.490 milhões. O crédito concedido permanece estável, ascendendo a 344.438 milhões (+0,1%).

O banco sublinha, no entanto, que se verifica um crescimento nos novos créditos relativos a hipotecas e no crédito à habitação, que subiu para 2790 milhões, ou seja mais 24,1% face ao mesmo período do ano anterior. O mesmo se verificou no crédito ao consumo, que cresceu 15% com mais 3029 milhões no trimestre.

E dá ainda nota de que os rendimentos de gestão do património cresceram 15,8% a par dos seguros de proteção, que registaram um crescimento de 6,9%, negócio que compensou a redução de 10,8% do encaixe com comissões bancárias.

Os ativos sob gestão, com destaque para os fundos de investimento, seguros de poupança e fundos de pensões, cresceram 4,6% nos primeiros três meses para 168.688 milhões.

No que diz respeito ao crédito malparado, o CaixaBank sublinha que este continua em níveis reduzidos, de 2,8% em março, quando em dezembro de 2023 este indicador estava nos 2,7%.