Era 11 de abril de 2012, passava um ano desde que a troika entrara em Portugal, e no Banco Espírito Santo a administração realizava mais uma reunião. A altura era tensa. O Banco de Portugal fazia inspeções aos grandes grupos bancários e obrigava ao reforço de solidez: ou se pedia dinheiro ao Estado, ou tinha de haver alternativa privada.
Naquele dia 11 de abril de 2012, Ricardo Salgado decidira, juntamente com os restantes colegas de administração, entre os quais o seu braço-direito financeiro, Amílcar Morais Pires, pedir aos acionistas mais mil milhões de euros para capitalizar o BES, e robustecer a sua solidez, para cumprir as novas exigências do supervisor.