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“Crise de confiança” muda banca mundial: o gigante UBS engoliu o problemático Credit Suisse

UBS paga 3 mil milhões de euros pelo Credit Suisse, mas pode aceder a ajuda do supervisor suíço se necessário. O Estado também cria uma rede de segurança. Contribuintes ficam expostos, mas há privados a perder dinheiro. Haverá cortes de áreas de negócio

UBS paga 3 mil milhões pelo Credit Suisse, mais do que inicialmente proposto, menos do que o valor do Credit Suisse em bolsa
FABRICE COFFRINI/Getty

Um dos grandes bancos internacionais vai desaparecer enquanto entidade independente. O Credit Suisse vai mesmo ser adquirido pelo UBS, numa operação que junta os dois maiores bancos da Suíça. É uma decisão com envolvimento político que tenta pôr termo à turbulência causada pelos problemas em torno do Credit Suisse.

A compra é por 3 mil milhões de euros, ao câmbio atual, mas a solução obrigou a mexidas legislativas, envolve dinheiro dos contribuintes suíços, com o supervisor bancário a disponibilizar empréstimos se for preciso compensar a retirada de fundos e de depósitos.

O Governo também criou um sistema de proteção para alguns ativos problemáticos do Credit Suisse, a que o UBS poderá recorrer - uma garantia que faz lembrar a proteção dada ao Novo Banco na venda à Lone Star.

E, tal como ocorreu no Novo Banco, também há investidores privados, que investiram em dívida do Credit Suisse, a enfrentar perdas.

Este é um resumo do negócio que se foi antecipando nos últimos dias, que se seguiu à queda de bancos - de dimensão muito mais limitada - nos Estados Unidos. Um desfecho depois de anos em que o banco sediado em Zurich foi-se mergulhando em escândalos