O Credit Suisse anunciou esta quinta-feira, 9 de março, que adiou a apresentação do relatório e contas relativo a 2022 depois de um alerta, na quarta-feira à noite, do regulador norte-americano dos mercados de valores mobiliários a levantar dúvidas sobre rubricas financeiras de anos anteriores. Mas os resultados relativos a 2022, cuja síntese foi apresentada em fevereiro, não irão sofrer alterações, ressalvou o banco.
Em comunicado, o banco suíço disse que o adiamento “se segue a uma chamada tardia na noite de 8 de março de 2023 da norte-americana Securities and Exchange Commission (SEC) em relação a determinados comentários públicos sobre a avaliação técnica de revisões previamente divulgadas aos comunicados de cash flow consolidado nos anos com fim a 31 de dezembro de 2020 e 2019, tal como a todos os controlos relacionados”.
A SEC promove a revisão interna de relatórios e contas recentes de empresas cotadas pelo menos uma vez em cada três anos, incluindo as emitentes estrangeiras. Os comentários são pedidos de esclarecimento da SEC às entidades relativamente a pontos desses relatórios que suscitem dúvidas numa nova análise.
A cúpula do Credit Suisse "crê que é prudente atrasar de forma breve a publicação das suas contas de forma a analisar de forma cuidadosa os comentários recebidos. Confirmamos que os resultados financeiros de 2022 como reportados anteriormente no dia 9 de fevereiro de 2023 não são impactados” pela revisão, acrescentou o banco.
Imerso em escândalos e com processos judiciais a braços relativos a lavagem de dinheiro e outras falhas de compliance, o banco fechou o ano passado com prejuízos de 7,4 mil milhões de euros, num ano marcado por uma razia em cargos de topo, perdendo o presidente António Horta Osório, o vice-presidente Severin Schwann, o presidente executivo Thomas Gottstein, e o diretor de compliance, Rafael Lopez em menos de 12 meses.
As ações do Credit Suisse recuavam 1,5% ao início da tarde desta quinta-feira.