Quando fala de 2023, a APICCAPS, a associação que representa a indústria portuguesa de calçado, admite “uma hecatombe” na fileira à escala global, com as quebras na produção a refletir uma retração geral no consumo. “Se pensarmos nos Estados Unidos, o segundo maior consumidor mundial, atrás da China, e o país onde as nossas exportações mais cresciam, temos uma quebra de 750 milhões de pares de sapatos em 2023. Estamos a falar de um valor equivalente a 10 anos das exportações portuguesas de calçado”, comenta Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS.
A verdade é que se 2023 não foi um bom ano para a fileira em Portugal - depois do recorde de 2022, as exportações portuguesas de calçado recuaram 11,3% em quantidade e 8,2% em valor, para os 66 milhões de pares e 1.839 milhões de euros - a comparação com os concorrentes europeus e o desempenho do mundo em geral, deixa o sector mais tranquilo.