A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa entregou, esta sexta-feira, uma carta aberta à direção da empresa a exigir que, nas próximas duas semanas, sejam tomadas “medidas efetivas e objetivas para que, de uma vez por todas, os trabalhadores deixem de trabalhar em condições desgastantes e penosas”
Terminado aquele prazo, a Comissão de Trabalhadores (CT) diz que irá marcar plenários “para discutir com os trabalhadores o que foi alcançado acerca da carga de trabalho.
Os plenários serão realizados nos dias 22 e 23 de junho em local e hora a definir.
Trabalhadores enviam carta aberta à administração
Na carta aberta, a que o Expresso teve acesso, a CT da Autoeuropa exige repostas, por escrito, em relação aos seguintes temas:
Absentismo, que, segundo a CT, está a criar problemas de gestão de equipas “com implicações na saúde e vida pessoal dos seus trabalhadores”. E continua por criar a chamada ‘pool de absentismo’, apesar de ter sido anunciada formalmente, mas “continuamos a aguardar a sua implementação real”, nota a CT.
Sobre as cargas de trabalho, os representantes dos trabalhadores consideram que tem havido “uma resposta insuficiente”, por parte da empresa, e adiantam que “vimos por este meio exigir, o incremento de estações de trabalho, pois consideramos que as otimizações que surgiram com o fim do MPV [carro monovolume], resultaram em cargas de trabalho excessivas, seja por aumento da velocidade de linha ou por redução do número de estações de trabalho”.
Os trabalhadores exigem também o cumprimento da cláusula do acordo base onde são consideradas as ‘ausências previsíveis’ – “os casos de trabalhadores com ausências previsíveis superiores a cinco dias serão analisados pelas áreas de Recursos Humanos & Organização e Engenharia Industrial & Gestão Otimizada e são substituídos durante a totalidade do período de ausência”.
A CT pretende ainda que sejam adequadas as tarefas/objetivos da função ao horário normal de trabalho. E garante que “diariamente chegam queixas à CT que, para o cumprimento da sua função, os trabalhadores têm de recorrer do seu tempo e vida pessoal”.
A CT exige também que, sempre que decorram alterações de produto ou de processos de trabalho, “que envolvam redução/aumento/alteração dos tempos ou cargas de trabalho, a CT terá de ser envolvida e emitir parecer por escrito”.
Esta carta aberta suje poucas horas depois de o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE Sul) ter realizado reuniões plenárias com os trabalhadores da Autoeuropa precisamente a propósito da ‘sobrecarga de trabalho’ que se vive na fábrica de automóveis de Palmela.