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Transição verde: como a corrida às matérias-primas críticas e o domínio da China estão a condicionar a descarbonização

Um pequeno grupo de grandes produtores controla matérias-primas essenciais à “economia verde”, sistematiza um relatório da OCDE. Redução das emissões de gases com efeito de estufa é um desafio ambiental mas também geopolítico

Minas de extração de lítio, no Chile
Ivan Alvarado/REUTERS

A transição para a chamada “economia verde” está a reduzir a dependência dos países dos combustíveis fosseis mas a criar outra vulnerabilidade: a forte dependência de matérias-primas raras necessárias para a produção de motores, baterias, painéis solares, turbinas eólicas e outros equipamentos que fazem parte dos investimentos em descarbonização.

O diagnóstico é conhecido, não é novo, mas um estudo divulgado esta semana pela OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ajuda a sistematizar os riscos que as economias ocidentais enfrentam: com a procura a crescer bem mais que a oferta, as restrições às exportações a aumentar, e a China a concentrar no seu território seis das dez principais matérias-primas críticas, a “transição verde” poderá enfrentar problemas de disponibilidade, de preços mas, mais que isso, ”ser alvo de coerção económica e rivalidades geopolíticas”.