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Subscrição de certificados de aforro mais do que duplicou depois da subida dos montantes máximos por investidor

Este ano chegou a verificar-se uma queda abrupta no investimento em certificados de aforro, porque os depósitos a prazo estavam a ter remunerações melhores. Mas, segundo as contas dos CTT, nas últimas semanas as subscrições diárias dos certificados dispararam

Foto: CTT

Depois das alterações, a 7 de outubro, sobre os montantes máximos de subscrição de certificados de aforro por investidor, as subscrições destes instrumentos de poupança mais do que duplicaram.

De acordo com os CTT, tendo em conta os dados acumulados a dia 25 de outubro e considerando as três semanas após 7 de outubro, “a média diária das subscrições durante as três semanas foi de 14,8 milhões de euros”.

Até dia 7 de outubro a média de subscrições de certificados de aforro diárias, nas três semanas anteriores, tinha sido de 5,9 milhões de euros.

“Comparando os dois períodos, podemos afirmar que houve um aumento de subscrições de 8,9 milhões de euros por dia, o que corresponde a um aumento de 151%”, diz João Sousa, administrador dos CTT com responsabilidade por este pelouro.

Como lembra ao Expresso o administrador dos CTT, as regras sobre montantes foram alteradas a 7 de outubro, quando a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) e o Ministério das Finanças determinaram que os montantes máximos por investidor subiriam de 50 mil euros para 100 mil euros e os acumulados das séries E e F podiam ascender a 350 mil euros, e não, como estava traçado, a 250 mil euros.

O corte de juros por parte do BCE veio tornar este produto do Estado mais atrativo, após os depósitos a prazo a 12 meses terem brilhado desde o final de 2023. Em setembro e outubro, as ofertas dos depósitos a prazo caíram para taxas de juro inferiores a 2,5%, na sua grande maioria.

Razões, que, segundo os CTT, levam a que os certificados de aforro tenham voltado a ser mais atrativos.

Recorde-se que a subscrição de certificados de aforro sofreu uma queda abrupta no último ano e para isso pesou o aumento da remuneração dos depósitos desde setembro de 2023.

No terceiro trimestre de 2023 as subscrições de certificados de aforro da série F (dívida do Estado) ascenderam a 883 milhões de euros, mas em igual trimestre deste ano ficaram por 433 milhões de euros, ainda assim representando um crescimento de 33% face ao trimestre anterior.

Entre as receitas globais dos CTT, nos primeiros nove meses do ano, “o segmento de serviços financeiros (onde se inclui a dívida pública) pesa 2,2% das receitas totais do grupo e 16,8% do EBIT (ganhos antes de impostos e taxas)”, lê-se no comunicado desta terça-feira dos Correios de Portugal.