Finanças pessoais

Taxa média nos depósitos a prazo subiu para 2,29% em setembro, a mais alta desde abril de 2013

Em setembro a taxa de juro média de novos depósitos subiu 0,37 pontos percentuais e chegou aos 2,29%. É nas aplicações com prazos inferiores que a oferta de juros por parte dos bancos é mais elevada

Em setembro a taxa de juro média de novos depósitos a prazo em Portugal ascendeu a 2,29%, o valor mais alto desde abril de 2013, revela o Banco de Portugal, esta quinta-feira.

O supervisor da banca dá nota de que em setembro o montante de novas operações em depósitos também subiu face a agosto, crescendo 309 milhões de euros, para 7855 milhões.

“A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou de 1,92% em agosto para 2,29% em setembro, o valor mais alto desde abril de 2013”, informou o Banco de Portugal.

Tendo em conta os prazos dos depósitos, verifica-se que a remuneração mais elevada é paga nos depósitos com prazo até um ano. Neste caso a taxa de juro média em Portugal foi de 2,31% (em agosto era de 1,89%).

E se recuarmos a setembro de 2022 a taxa de juro média nos depósitos a prazo a menos de um ano era de 0,05%.

Com prazos entre um e dois anos a remuneração média foi de 2,03%. Em agosto tinha sido mais alta (2,11%). E em setembro de 2022 a taxa média praticada nestes depósitos era de 0,07%.

Já quanto à evolução nos novos depósitos com prazo acima de dois anos, a taxa média em setembro subiu para 2,1%, quando em agosto estava nos 2,08%. Em setembro de 2022 a taxa média destes depósitos a prazo foi de 0,04%.

A tendência de crescimento da remuneração dos depósitos poderá entretanto abrandar, já que o Banco Central Europeu fez uma pausa na subida dos juros em outubro.

A remuneração média dos depósitos a prazo em Portugal, apesar de ter subido nos últimos meses, continua a ser a quinta mais baixa da zona euro, que em setembro apresentava um valor médio de 3,08%.

No crédito não há surpresas

As novas operações de empréstimos aos particulares totalizaram em setembro 2504 milhões de euros, mais 165 milhões do que em agosto.

O destaque vai para o aumento do crédito à habitação (141 milhões de euros) e outras finalidades (39 milhões). No crédito ao consumo verifica-se uma queda de 15 milhões de euros face a agosto.

Os dados do Banco de Portugal relativos a setembro apontam para uma taxa de juro média dos novos créditos à habitação de 4,26%. Em agosto tinha sido de 4,23%.

Em Portugal os novos empréstimos à habitação com taxa mista (ou seja, com taxa fixa durante um período inicial seguido de taxa variável, indexada à Euribor) representaram 55,2% do total de novos empréstimos à habitação.

A contratação a taxa variável assumiu em setembro um peso de 38,4% e a contratação de novos empréstimos a taxa fixa ficou pelos 6,3%.

“A prestação média mensal do stock de empréstimos para habitação própria permanente aumentou 6 euros em setembro, fixando-se nos 413 euros”, refere o Banco de Portugal. E a instituição adianta que "este aumento está em linha com o verificado em agosto". “Comparando com setembro de 2022, a prestação média mensal subiu 109 euros”, acrescentou o BdP.

No que toca à taxa de juro média em Portugal nos novos empréstimos para habitação também se constata que a média na zona euro é mais baixa. Em Portugal a taxa de juro média foi de 4,26% em setembro, enquanto na área do euro foi de 3,39%.

“A taxa de juro média dos novos empréstimos para consumo também subiu (de 8,93% para 8,98%)”, e a cair esteve a taxa de juro média dos novos empréstimos para outros fins: de 5,52% em agosto para 5,35% em setembro.