A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação em Portugal voltou a subir em setembro, para 4,27%, indicam os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em média 59% da prestação corresponde agora ao pagamento de juros.
A taxa de juro subiu 18,1 pontos base face a agosto e renovou o valor mais alto desde março de 2009.
Desde abril do ano passado que esta taxa sobe todos os meses e em setembro os juros representaram mais de metade da prestação pelo quinto mês consecutivo.
Se olharmos apenas para os contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro é ainda mais elevada (4,366%, o valor mais alto desde abril de 2012).
A taxa de juro média inclui, além da aquisição de habitação, os juros para construção e reabilitação. Assim, se analisarmos apenas o financiamento de aquisição de habitação, “o mais relevante no conjunto do crédito à habitação”, segundo o INE, a taxa de juro subiu para 4,247%. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro fixou-se nos 4,351%.
A prestação média subiu para 386 euros, mais sete euros que em agosto e mais 114 euros que em setembro de 2022 (ou mais 41,9%). Deste valor, 226 euros (59%) correspondem a pagamento de juros e 160 euros (41%) a capital amortizado.
Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu cinco euros face ao mês anterior, para 628 euros.
O INE indica ainda que, no mês em análise, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 222 euros, fixando-se em 63.962 euros. E nos contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida foi 123.392 euros, mais 428 euros que em agosto.