Finanças pessoais

Agosto menos quente no crédito: dinheiro para o carro cresceu, mas financiamento pessoal e cartões caíram

Crédito automóvel é o que regista melhor momento em agosto, com variações positivas face a agosto de 2022 e em relação a julho, tanto para novos como para usados. Mas o montante global de crédito ao consumo baixou 3,5% em termos homólogos

Foto Getty Images

O mês de agosto foi menos quente no que diz respeito ao crédito ao consumo em comparação com o mesmo mês de 2022. O montante concedido em crédito ao consumo – que abrange o crédito pessoal, automóvel ou cartões de crédito – recuou 3,5% em termos homólogos. Foram concedidos 648,5 milhões de euros nesse mês, abaixo dos quase 678 milhões um ano antes. Ainda assim, foi um agosto bem melhor do que julho.

Os dados são do Banco de Portugal e revelam que, nesta comparação entre o mesmo mês de anos diferentes, só o acumulado do crédito automóvel cresceu.

Os créditos pessoais sem finalidade específica, para o lar ou consolidados, afundaram-se 11% em termos homólogos, sendo que eles representam sensivelmente um terço do crédito ao consumo total. Já o crédito pessoal para a educação, saúde, energias renováveis e locação de equipamentos recuou 7%.

Os movimentos negativos na comparação com agosto de 2022 também se verificam na rubrica de cartões de crédito, contas correntes e descobertos: um deslize de 0,5%.

Só no crédito automóvel houve aumentos em agosto de 2023 face ao mesmo mês de 2022: cresceu 5%, totalizando 255 milhões de euros. Dentro deste número, houve, ainda assim, variações distintas, já que as locações financeiras recuaram. Os montantes cresceram mais nos empréstimos para a aquisição de carros novos (11%) do que nos usados (8%).

Esta é a evolução homóloga, que mostra o que aconteceu no mês de agosto depois de um ano em que o custo do dinheiro aumentou consecutivamente, com taxas de juro a disparar, e em que a inflação continuou sem chegar aos 2% pretendidos pelo Banco Central Europeu. Os bancos só no próximo mês começam a apresentar a evolução dos resultados até setembro, permitindo perceber se a evolução é transversal em todo o sector.

Variação face a julho melhora

Já quando se compara com julho, houve uma subida generalizada do crédito ao consumo, como aliás tinha já acontecido na passagem de julho para agosto do ano passado, ainda que de forma um pouco mais ligeira.

Cresceu 4,6%, ajudado sobretudo pelo crédito pessoal e pelos cartões de crédito, ainda que também o automóvel tenha tido mais negócio - neste caso, é o único a expandir-se na análise homóloga e em cadeia, depois de um período de forte quebra motivada pelo estrangulamento do processo de produção, que tirou muitos veículos novos do mercado.