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Luxemburgo reconhece €147 milhões de créditos reclamados pela Pharol na insolvência da Rioforte, antigo braço não financeiro do GES

Justiça luxemburguesa reconheceu apenas parte dos créditos que eram reclamados pela Pharol, antiga Portugal Telecom, na insolvência da Rioforte. A maior parte dos créditos estão ainda dependentes de decisão judicial

Luís Palha da Silva lidera a Pharol
António Pedro Ferreira

O Tribunal de Comércio do Luxemburgo reconheceu uma parte do crédito reclamado pela portuguesa Pharol na insolvência da Rioforte, a divisão não financeira do Grupo Espírito Santo (GES), confirmando que a Pharol tem direito a reclamar pelo menos 147 milhões de euros.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Pharol indicou que o valor em questão será acrescido de juros até à data do processo de insolvência.

Mas esta soma é apenas uma parte minoritária do que a Pharol alega serem os seus créditos na insolvência da Rioforte. Há outros 750 milhões de euros que o Tribunal de Comércio do Luxemburgo entendeu não aprovar ainda como créditos legítimos da Pharol, suspendendo a sua decisão quanto ao reconhecimento até existir uma decisão que visa anular um “alegado pagamento indevido” de títulos por parte da Espírito Santo Internacional (ESI) em 2014.

No seu comunicado à CMVM, a Pharol reitera que “não é devedora a qualquer título da ESI”.

“A Pharol está a analisar as consequências da referida decisão judicial, que não coloca em causa a boa fundamentação da reclamação judicial do remanescente do crédito da Pharol”, refere a empresa.

A Pharol, recorde-se, é uma sociedade instrumental criada para recuperar os créditos que a antiga Portugal Telecom tinha sobre a Rioforte, na sequência da subscrição de papel comercial desta sociedade no montante de 897 milhões de euros.

Liderada por Luís Palha da Silva, há um ano a Pharol avaliava em menos de 52 milhões o valor que esperava recuperar na insolvência da Rioforte, cujos ativos são inferiores aos montantes reclamados pelos credores. E no relatório e contas do primeiro semestre de 2024 o valor contabilístico manteve-se inalterado.

Os maiores acionistas da Pharol são a brasileira Oi, com 10%, e a Burlington Loan Management, com 9,56%, mas a distribuição de acionistas da Pharol é diversificada, estando 48% em Portugal, 17% na Irlanda e Reino Unido, 17% na Europa Continental, 10% no Brasil e os restantes espalhados por outras geografias.