"Vivemos um momento histórico na TAP", sublinhou Gonçalo Pires, administrador financeiro da companhia, apontando para o lucro atingido em 2023, dois anos antes do previsto no plano de reestruturação, e para as receitas recorde de 4,2 mil milhões de euros com menos aviões do que tinha em 2019. O gestor, que está a ser ouvido no Parlamento na sequência de um requerimento do Chega e do PSD, defendeu que a companhia está a fazer mais com menos, sublinhou que a gestão provou que a transportadora "é viável e sustentável", focando-se na aviação e nos mercados onde é forte.
Gonçalo Pires reconheceu que a "descida dos custos com o pessoal tiveram e têm o seu impacto e contribuíram" para a melhoria das contas da TAP em 2023. E justificou que os prejuízos do último trimestre de 2023 e primeiro de 2024 com o "efeito sazonalidade", que passa por vender nos primeiros meses deste ano para depois reconhecer os benefícios no período de abril e outubro, concentrado nos meses de junho, julho e agosto.
O gestor é ouvido no mesmo dia em que será também questionado o presidente da TAP, Luís Rodrigues, ambos chamados ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre os prejuízos da transportadora no quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre deste ano e o acompanhamento da situação económica e financeira da TAP, no seguimento da aprovação por unanimidade de requerimentos apresentados pelos grupos parlamentares do Chega e do PSD.
A TAP teve prejuízos de 71,9 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, um agravamento face ao resultado líquido negativo de 57,4 milhões registados no mesmo período do ano passado. Em 2023, a companhia aérea registou um lucro recorde de 177,3 milhões de euros, com um prejuízo de 26,2 milhões no último trimestre daquele ano.