A 5 de janeiro de 2024, a porta de um Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines soltou-se pouco depois de o aparelho ter descolado do aeroporto de Portland, nos Estados Unidos, causando a despressurização da cabine e a abertura de um buraco no aparelho que sugou roupas e telemóveis para o exterior. Poderia ter sido um acidente catastrófico, mas nenhum dos 174 passageiros que seguiam a bordo estava sentado nos dois lugares próximos da saída de emergência onde ocorreu o acidente.
O avião conseguiu aterrar em segurança depois de ter passado 35 minutos no ar, mas voltou a lançar a Boeing numa espiral de turbulência que se vinha desenhando há algum tempo. Outrora uma referência de segurança e qualidade no setor da aviação e a maior exportadora norte-americana, a Boeing ocupou uma posição dominante no mercado durante várias décadas. Não havia outra empresa que pudesse rivalizar com os seus produtos e preços.
“Eram aviões excelentes e muito fiáveis em todos os aspetos”, testemunha José Correia Guedes, comandante reformado da TAP e autor de livros sobre aviação. “Dizia-se, na altura, que eram aviões pensados não só para passageiros, mas também para pilotos [devido às suas características confiáveis]”, refere Correia Guedes, que pilotou aviões da Boeing, nomeadamente os modelos 727, 707 e 737, ao longo de quase 20 anos, entre meados dos anos 1950 e 1970.