A TAP SA alcançou em 2023 um resultado líquido de 177,3 milhões de euros, mais 170% do que o ganho obtido no ano anterior, revelou esta quarta-feira a companhia aérea em comunicado. Foi o melhor resultado anual de sempre da empresa, batendo o anterior recorde, que datava de 2017 (cerca de 100 milhões de euros).
Contudo, o desempenho poderia ter sido ainda melhor não fosse o quarto trimestre, no qual a TAP registou um prejuízo de 26,2 milhões de euros (face a um lucro de 156,4 milhões de euros em igual período do ano anterior).
O quarto trimestre acabou por ser penalizado por um aumento dos custos com pessoal, que incluíram, nos últimos três meses do ano, o efeito das atualizações acordadas com os trabalhadores, incluindo uma parcela relativa a trimestres anteriores. Os custos com pessoal no quarto trimestre ascenderam a 270,4 milhões de euros, mais 121% (ou um agravamento de 148 milhões de euros) do que no período homólogo.
Com as receitas do quarto trimestre a crescer apenas 0,5%, para 1050 milhões de euros, e os custos operacionais a aumentar 16,8%, para 1077 milhões de euros, o resultado operacional do último trimestre acabou por ser negativo em 27 milhões de euros.
No conjunto do ano, as receitas operacionais da TAP subiram 20,9%, para 4,2 mil milhões de euros, com o segmento de passageiros a representar a maior fatia, 3,85 mil milhões de euros e um crescimento homólogo de 25,4%.
Os custos operacionais também cresceram a dois dígitos, aumentando 20,2%, para 3,87 mil milhões de euros. Embora os custos com combustível tenham subido apenas 1,7%, para 1115 milhões de euros, a empresa registou um aumento expressivo, de mais de 73%, dos custos com pessoal, que ascenderam a 722,6 milhões de euros.
Em função deste desempenho, o resultado operacional da companhia aérea melhorou 29,3%, para 346,7 milhões de euros. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), por seu lado, avançou 7%, para 832,5 milhões de euros. Numa base recorrente, ou seja, expurgada de efeitos extraordinários, o EBITDA cresceu 15%, para 871,6 milhões de euros.
No total de 2023 a TAP transportou 15,9 milhões de passageiros, mais 15,2% do que no ano anterior. Atingiu 93% do tráfego que tinha em 2019, antes da pandemia. O número de voos também subiu 11% e ficou em 88% do nível pré-pandemia.
Considerando apenas o quarto trimestre, o número de passageiros aumentou 3,3% face ao período homólogo, com o número de voos operados a subir 4,7%. Em ambos os casos ainda aquém dos registos do último trimestre de 2019, antes da pandemia.
“Os fortes resultados de 2023 confirmam o caminho de recuperação da TAP nos anos recentes. As receitas recorde, passando a marca dos 4 mil milhões de euros, margens operacionais robustas e resilientes e uma tendência clara de desalavancagem confirmam a solidez financeira do grupo”, comentou o presidente da TAP, Luís Rodrigues, no comunicado de resultados.
O gestor destacou ainda “um aumento na pontualidade” por parte da companhia aérea no segundo semestre, como prova de “um foco organizacional para dar um melhor serviço aos passageiros”.
Além disso, sublinhou Luís Rodrigues, a assinatura de novos acordos laborais na TAP confirma o “reconhecimento e compromisso” para com os funcionários da empresa. O presidente da TAP admite que “2024 será um ano desafiante”, que exigirá o compromisso de todas as equipas da TAP para torná-la “uma uma das empresas mais atrativas do setor”.
Notícia atualizada às 7h25 com mais informação.