No que respeita a investimentos, mil milhões é o número em destaque na Sonae. É precisamente esse o valor dos investimentos em curso em várias empresas no exterior, com destaque para a finlandesa Musti, líder no retalho de produtos para animais de estimação nos países nórdicos, que absorve sozinha uma fatia de 700 milhões de euros, como sublinhou Cláudia Azevedo na apresentação de contas da Sonae, esta quarta-feira.
E sobre a Musti, que protagoniza o maior investimento da história do grupo num único ativo, o grupo assume o objetivo de “continuar a crescer nos países nórdicos onde já está presente (Finlândia, Suécia e Noruega) e em geografias adjacentes”. “A Musti é líder e é um líder em crescimento, isso é importante. Quando entramos num novo mercado, reduz bastante o risco do investimento”, diz.
A verba de mil milhões abarca, também, a Sparkfood, portfolio de investimentos dedicados a soluções alimentares sustentáveis e saudáveis, onde será integrada a francesa Diorren. Nesta nova área de negócio que começou a ser trabalhada há dois anos, o grupo tinha investido 122 milhões no final de 2023 e está, agora, a preparar-se para investir mais 152 milhões na Diorren, fabricante de ingredientes para nutrição. E inclui, ainda, os investimentos da Bright Pixel, focada em infraestruturas digitais, tecnologia de retalho e cibersegurança, e a Druni, o novo operador ibérico líder no sector de saúde, bem-estar e beleza (Arenal, Druni e Wells).
370 milhões em I&D em 3 anos
Mas o valor do investimento agregado do grupo em 2023 é, também, de 1,1 mil milhões de euros, “um valor recorde”, como notou a gestora ao apresentar este número que soma o investimento na NOS aos 665 milhões de euros que a Sonae aplicou no ano passado em Portugal (75% ou 515 milhões) e lá fora, o que representa um salto de 5% face a 2022.
E para quem questiona o impacto da aposta na expansão lá fora na atenção dada pela Sonae a Portugal, Cláudia Azevedo garante que “Portugal continua a ser a geografia principal para continuar a investir. Não vamos reduzir o investimento no país para ir para outras geografias”.
Considerando o investimento em I&D, a Sonae refere que somou 370 milhões em três anos. E, no caso da MC, a maior área de negócio do grupo, o investimento em 2023 foi de 310 milhões de euros, o que representa um aumento de 43% face ao exercício anterior e permitiu a abertura de 65 lojas.
Relativamente ao portfolio atual e a possíveis desinvestimentos para fazer o capital circular, o administrador financeiro da Sonae, João Dolores, garante que o grupo, neste momento “está muito satisfeito com o portfolio que tem. Os grandes movimentos de desinvestimento já foram feitos".