O cluster do mobiliário teve, em 2023, o seu melhor ano de sempre, com as exportações a crescerem 10% e a passarem a barreira dos 2 mil milhões de euros, anunciou esta quarta-feira a associação sectorial APIMA.
Joaquim Carneiro, presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) sublinha: “Apesar de termos registado o melhor resultado de sempre, não podemos deixar de demonstrar alguma preocupação com as oscilações do mercado provocadas pelo cenário nacional e internacional que enfrentamos”, comenta Joaquim Carneiro, presidente da APIMA, numa reação ao desempenho do sector no ano passado, com a evolução homóloga a ser marcada por uma quebra a partir de agosto.
Numa fileira que tem 90% do volume de negócios no exterior, França é o principal destino do mobiliário português, com uma fatia de mais de 32% nas vendas e um crescimento de 8% face a igual período em 2022.
Espanha, com uma quota de 26% aparece em segundo lugar no ranking dos principais clientes nacionais, seguida da Alemanha e dos EUA, onde o sector registou uma ligeira quebra.
Quanto a 2024, Joaquim Carneiro manifesta alguma preocupação. “A instabilidade económica e política do país, mas também a guerra na Europa que dura há mais de dois anos, estão a ter um forte impacto na economia europeia. Mais recentemente, o conflito no Médio Oriente trouxe implicações à circulação marítima de mercadorias provocadas pelos ataques no Mar Vermelho, e verificamos instabilidade política em mercados muito relevantes para o setor", afirma.
"Temos de olhar para todos estes constrangimentos com responsabilidade, mas igualmente como uma oportunidade de continuar a apostar no valor acrescentado, na inovação e na sustentabilidade das empresas portuguesas, conseguindo diferenciar-nos dos demais players do cluster”, acrescenta.
A balança comercial fechou o ano com um saldo positivo de mil milhões de euros, 27% acima de 2023.