Ataques de hackers, problemas informáticos e fugas de dados continuam a estar entre os maiores temores de quem gere empresas, avança um estudo da seguradora Allianz publicado esta terça-feira, 16 de janeiro.
A cibersegurança é o principal risco identificado pelas empresas globais para este ano, seguida da possibilidade de interrupções de atividade, como a provocada por problemas nas cadeias de abastecimento, e de catástrofes naturais, numa época em que se intensificam os efeitos das alterações climáticas provocadas pela Humanidade.
A percentagem de inquiridos que declararam ter a cibersegurança como maior risco para o negócio alcançou os 36% entre o universo de auscultados, mantendo-se em primeiro lugar, tal como na lista do ano passado. Em segundo lugar manteve-se também o risco de quebras na capacidade de operação das empresas, com 31% de respostas.
A novidade está no terceiro lugar: as catástrofes naturais substituíram as mudanças legais e regulatórias como terceiro maior risco para as empresas. Eventos como fogos, inundações, secas extremas ou tremores de terra foram identificados como sendo grandes riscos por 26% dos inquiridos, quando há um ano essa percentagem era de 19%.
Já a instabilidade regulatória - que pode passar pela imposição de tarifas, sanções, medidas protecionistas ou a própria desintegração da zona euro (uma possibilidade explicitada no relatório) - manteve a percentagem de respostas nos 19% de um ano para o outro.
O estudo ouviu 3069 profissionais de empresas clientes da Allianz e de representantes de 24 indústrias em 92 países, tendo-lhes sido pedido que apontassem os três principais riscos para a atividade empresarial em 2024.
Empresas portuguesas mais atentas à economia
Em linha com os resultados globais, os gestores portugueses também apontam a cibersegurança como maior risco para as empresas no ano que agora começa. A percentagem é, contudo, maior: 48% dos 33 inquiridos em Portugal veem problemas informáticos como o principal fator de perturbação, quando a nível global essa proporção é de 36%.
O segundo lugar não destoa do ranking mundial: os responsáveis empresariais portugueses também apontam interrupções forçadas da atividade como grande risco, com uma percentagem de 36%; aumentando face aos 26% do anterior inquérito - evolução à qual não é alheia a turbulência geopolítica que se vive no mundo com impacto nas cadeias de abastecimento; cuja expressão mais recente são os ataques de piratas iemenitas no Mar Vermelho.
Em terceiro lugar estão os riscos macroeconómicos, com 30% dos inquiridos nacionais a reconhecerem fatores como inflação, medidas de austeridade, ou alterações na política monetária como possíveis nuvens no horizonte. Porém, estão mais tranquilos em relação ao ano passado, altura em que a percentagem de inquiridos a apontar este como um dos maiores riscos estava nos 44%.
Na lista global, os riscos macroeconómicos aparecem apenas em quinto lugar, com 19%.