Os trabalhadores do grupo Global Media, detentor de importantes meios de comunicação social como o Jornal de Notícias (JN), Diário de Notícias (DN), TSF ou O Jogo, cumprem esta quarta-feira um dia de greve num cenário de enorme turbulência com salários em atraso, um despedimento coletivo em perspetiva e troca de acusações entre administradores e acionistas. São fraturas de difícil solução à vista em que o maior acionista, o World Opportunity Fund (WOF), um fundo cujos proprietários não se conhece, pode vir a ter os seus direitos patrimoniais e de voto suspensos pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), em face da ausência da informação considerada obrigatória por lei sobre a transparência dos media.
A greve tem como objetivo a resolução imediata dos problemas com que os trabalhadores estão confrontados. O subsídio de Natal não foi pago e sê-lo-á, supostamente, ao longo deste ano, em duodécimos. E, para a maioria deles, o salário de dezembro ainda não foi pago – apenas receberam o salário os trabalhadores do jornal Açoriano Oriental e os da gráfica Naveprinter.
Esta terça-feira o presidente executivo do grupo, José Paulo Fafe, disse na Assembleia da República que teve a promessa do World Opportunity Fund, que controla 50,25% do grupo Global Media, de que “até início da semana que vem vai fazer a transferência de dinheiro para pagar os salários que estão em atraso e analisar a hipótese de um pacote de ajudas extraordinárias à Global Media”, acrescentando que foram pagos na semana passada os trabalhadores a recibos verdes do grupo.