Os jornalistas do Diário de Notícias e da TSF ficaram impedidos de aceder aos sistemas de gestão das páginas de Internet desde a meia-noite do dia 1 de janeiro devido à cessação do contrato do backoffice dos "sites", segundo comunicado dos representantes dos trabalhadores dos respetivos meios de comunicação. Durante mais de um dia, os sites dos dois títulos da Global Media não puderam ser atualizados, tendo os jornalistas recuperado o acesso apenas ao fim da manhã desta terça-feira. A Global Media, contactada pelo Expresso, não quis fazer comentários.
“O site da TSF ainda não pode ser atualizado, situação que persiste desde a madrugada de 1 de Janeiro de 2024, quando devido à cessação de contrato, deixaram de estar disponíveis todas as ferramentas da atual plataforma”, avançava um comunicado conjunto da Comissão de Trabalhadores (CT) e do Conselho de Redação (CR), divulgado na manhã desta terça-feira, dia 2 de janeiro, ainda antes das mais recentes atualizações na plataforma online da rádio.
Os representantes dos trabalhadores da TSF acusam a administração da Global Media, liderada por João Paulo Fafe, de não ter acautelado uma solução de transição que pudesse garantir a atualização das páginas até à entrada do novo “site”. A falta de uma solução “ponte”, sublinham, poderia pôr em perigo o arquivo sonoro da TSF, passível de se perder.
“Ainda antes do final do ano, os membros eleitos do CR e da CT alertaram a direção e os responsáveis pela área para os riscos de uma transição, sem que estivessem reunidas todas as condições de segurança e salvaguarda do bom funcionamento do site. Foi também sublinhado o eventual risco de se perder o arquivo que constitui, nesta altura, a memória escrita e sonora da TSF", continuam.
Numa mensagem enviada esta terça-feira à administração da GMG, os representantes “lamentam que os jornalistas, técnicos, animadores e trânsito da TSF estejam, há mais de 24 horas, sem acesso ao backoffice que permite editar e atualizar a página da TSF online, em tsf.pt, com elevados prejuízos para os leitores, ouvintes e, por consequência, para a imagem da TSF” e que “não tenham sido tomadas, em tempo útil, decisões que evitassem uma disrrupção do normal funcionamento do ‘site’ e acautelassem uma solução intermédia que assegurasse a transição para um novo formato.”
“Os membros eleitos do CR e a CT questionaram em tempo todos os envolvidos no processo, alertando para os muito prováveis riscos, e não obtiveram quaisquer garantias sobre esta transição”, frisam.
“Face à situação vigente, apelamos a que sejam tomadas todas as medidas para que o site da TSF, a rádio que tem mantido a liderança no digital, apesar das condições de extrema escassez de meios humanos, possa continuar a dar notícias e a manter em pleno o seu arquivo digital. Caso contrário , as consequências editoriais - e até financeiras - são imprevisíveis”, alertam.
Entretanto, na manhã desta terça-feira, na página de Facebook do Diário de Notícias, os responsáveis do jornal anunciavam que “devido a problemas técnicos relacionados com a entrada no ar do novo site”, não existiam atualizações online. Pediam, assim, as “mais sinceras desculpas a todos os leitores com a promessa de que o problema será resolvido nas próximas horas". “Em breve voltaremos ao seu contacto com um ‘site’ totalmente renovado”, rematavam.