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Sete perguntas sobre a Farfetch: entre a espada da insolvência e a parede da liquidação pela Amazon coreana

A Farfetch deverá ser salva da insolvência pela Coupang, uma empresa coreana de comércio eletrónico, munida de 500 milhões de dólares que permitirão ao ex-unicórnio fazer face às despesas correntes. José Neves, o fundador, é o único que sobra da anterior administração, ao leme da empresa que fundou em 2007 e que conseguiu crescer superando várias crises globais

José Neves, fundador e presidente da Farfetch.
D.R.

A Farfetch vai ser comprada pelo grupo sul-coreano Coupang, considerada uma Amazon asiática, o que implicará perdas totais para os acionistas, entre a espada de uma dívida incomportável e a parede de verem as suas participações reduzidas a zero. A cadeia de acontecimentos que levou à liquidação mais do que provável da primeira empresa “unicórnio” de origem portuguesa - apesar de estar sediada no Reino Unido e, como tal, de ser considerada globalmente uma empresa britânica - é longa.

A Farfetch, fundada em 2007, superou as grandes crises financeiras de 2008 e o difícil início da década seguinte nas economias europeias. Chegou ao final de 2023 - ano em que o seu fundador, José Neves, chegou a prever uma duplicação das receitas até 2026 - à beira da insolvência e, na prática, resgatada pela Coupang através de um empréstimo de 500 milhões de dólares.