Tanto nos EUA como no Reino Unido, grupos de capital privado (private equity) estão a aproveitar a retração dos investimentos de fundos de capital de risco para comprar startups a preços muito baixos, avança o Financial Times esta segunda-feira, 11 de novembro.
A subida das taxas de juro obrigou os fundos de capital de risco a travar a fundo as apostas em startups provocando uma queda no número, e no montante total de investimentos a nível global.
Os investimentos, numa altura de abundante capital, tendiam a obedecer a outros critérios que não um horizonte razoável de rendibilidade. O investimento atual dos fundos de capital de risco é, numa época de dinheiro mais caro, mais criterioso e focado na rendibilidade dos projetos.
As startups, por sua vez, precisam de garantir fundos para continuarem a operar e a crescer. Desta discrepância abre-se uma nova oportunidade para outro tipo de investidores, atualmente a aproveitar a queda das avaliações das startups para investirem em projetos viáveis a um preço baixo.
Segundo o jornal britânico, estão a ser criados vários grupos de investidores com o objetivo de captar financiamento para comprar, e reestruturar, startups, preenchendo assim as lacunas de capital deixadas pelos fundos de capital de risco.
O Financial Times ressalva que esta tendência está numa “fase inicial”, mas exemplifica com casos como o do veículo britânico Resurge Growth Partners, com um “poder de fogo” potencial de até 120 milhões de euros, criado por antigos investidores de capital de risco para comprar startups e reestruturá-las - o que implica, segundo a filosofia destes investidores, mudanças operacionais que podem significar um reset considerável nos negócios.
Segundo o jornal, ao mesmo tempo que os investimentos de capital de risco afundam em 2023, o número de investimentos por fundos de capital privado passou a representar 24% de todas as operações de venda nos últimos anos.