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Como a Efacec encolheu sob a batuta do Estado

A venda da Efacec derrapou, só foi fechada à segunda tentativa e sete dias antes da demissão do primeiro-ministro

O ministro da Economia, António Costa Silva, e o secretário de Estado das Finanças fizeram o último negócio desta legislatura: a venda da Efacec
Nuno Fox

A Efacec encolheu a seguir à nacionalização e chegou a 31 de outubro de 2023, quando finalmente foi privatizada e comprada pelo fundo alemão Mutares, a sobreviver graças à injeção mensal de €10 milhões pela Parpública, durante 20 meses. Em quatro anos, as receitas caí­ram a pique, a dívida aumentou, os prejuízos agravaram-se e as encomendas reduziram-se para menos de metade.

Os números espelham a realidade de uma empresa a piorar resultados ano após ano. Em 2019, antes de ser nacionalizada e quando era ainda controlada por Isabel dos Santos, a Efacec faturava €355,1 milhões, tinha sensivelmente o mesmo valor em encomendas (€355,2 milhões), o EBITDA [meios operacionais libertos] era de €22,5 milhões, a dívida ascendia a €119,3 milhões, o prejuízo era de €73,3 milhões e tinha capitais próprios de €259,6 milhões. Os anos que se seguiram foram um mergulho no vermelho; as contas deterio­raram-se. Em 2022, as receitas tinham caído para €160,9 milhões, o EBITDA tinha acentuado as perdas e era de €90,6 milhões, as encomendas recuado para €138,9 milhões, a dívida subido para €267,3 milhões. E os capitais próprios eram negativos em €52,8 milhões — a empresa estava em falência técnica.