Há movimentações de monta na moda norte-americana. A Tapestry, proprietária das marcas Coach, Kate Spade, e Stuart Weitzman, vai adquirir a Capri Holdings, dona das marcas Michael Kors, Jimmy Choo, e Versace. É um negócio de 8,5 mil milhões de dólares (7,7 mil milhões de euros) que quer consolidar grandes marcas do negócio da moda de luxo para competir com os gigantes europeus deste setor.
Segundo a Reuters, em notícia desta quinta-feira, 10 de agosto, o prémio a pagar pela Tapestry aos acionistas da Capri quase atinge os 65%, adquirindo as ações a 57 dólares (52 euros) cada. A compra deverá estar concluída em 2024 e deverá significar poupanças totais, nos três anos a seguir, na ordem dos 200 milhões de dólares (182 milhões de euros).
A Tapestry reportou que as duas empresas geraram mais de 12 mil milhões de dólares (11 mil milhões de euros) em receitas no ano fiscal anterior. O que, recorda a agência noticiosa, ainda está muito longe dos 79 mil milhões de euros da francesa LVMH, dona da Louis Vuitton e da Dior; e dos 21 mil milhões de euros da também francesa Kering, proprietária da YSL, Gucci, e Balenciaga.
A presidente executiva da Tapestry, Joanne Crevoiserat, disse, numa conferência telefónica com investidores, que a entidade está a “alargar e a diversificar a base de clientes (…) para aprofundar o nosso acesso aos consumidores de luxo e a segmentos de mercado”.
A tendência de consolidação nos EUA neste setor tem-se refletido na atividade recente da Tapestry (que se chamava Coach anteriormente) e da Capri (que era conhecida como Michael Kors), holdings criadas para acomodar mais marcas além das que originalmente representavam.
A primeira comprou a marca de malas Kate Spade em 2017 por 2,4 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros); ao passo que a Capri adquiriu a Jimmy Choo nesse mesmo ano por 1,2 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) e, em 2018, a Versace por 2,2 mil milhões de dólares (2 mil milhões de euros), recorda a Reuters.
Isto numa altura em que as empresas europeias de luxo também andam às compras nos EUA, como a aquisição pela LVMH da marca norte-americana de joalharia Tiffany por 15,8 mil milhões de dólares (14,4 mil milhões de euros) em 2021.