As empresas portuguesas estão a despertar para a nova vaga de protecionismo americano e para o IRA (Inflation Reduction Act). “Há expectativa”, “preocupação e alguma inquietação”, mas até ao momento não há problemas na frente exportadora. Mesmo assim, o Canadá e em especial o México ganham peso como vias alternativas para entrar nos EUA, enquanto os apelos à agilidade da resposta europeia se multiplicam.
Os economistas falam de um novo capítulo na trajetória de medidas protecionistas e de salvaguarda da economia norte-americana e dos seus sectores estratégicos, que ganhou fôlego na Administração Trump e prossegue com Biden na Presidência dos EUA. As barreiras ao comércio já se estão a sentir há alguns anos, mas, agora, “os EUA estão a ter uma atitude de desafio mais aberto às regras estabelecidas de comércio internacional, com incentivos fiscais e subsídios diretos a empresas que só produzam nos EUA e que utilizem componentes maioritariamente produzidos nos EUA ou países parceiros”, aponta Ricardo Paes Mamede, professor do ISCTE-IUL. Entre empresários e economistas o sentimento é comum: “Os pacotes protecionistas são sempre negativos”, como resume o antigo ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral.