São duas vertentes de um mesmo tema: o talento e a capacidade nacional de o fixar. Esta semana, numa conferência do Banco de Portugal (BdP) dedicada à educação e às qualificações, Mário Centeno, governador do BdP e antigo ministro das Finanças, apontou que “o país vive focado numa realidade que é descrita com números enganadores”. Falava da fuga de talento nacional para outros países, contrariando a ideia de que Portugal não retém o talento que forma. E defendeu, citado pela Lusa, que “o país consegue ser um recetor líquido de licenciados”. Daniel Traça, antigo reitor da Nova SBE e atual diretor da ESADE Business School, analisa o tema numa outra ótica, a da produtividade. E sublinha que, apesar do aumento das qualificações verificado nos últimos anos, o país não tem conseguido alavancar a sua produtividade. O que falhou? “Falta-lhe ambição de escala”, defendeu Daniel Traça em entrevista ao Expresso, ainda antes das declarações de Centeno.
Exclusivo
Afinal, Portugal retém ou deixa escapar talento?
Governador do Banco de Portugal aponta “números enganadores” e diz que Portugal retém talento. Mas o aumento das qualificações não se tem traduzido em ganhos de produtividade