A resiliência do mercado de trabalho ao abrandamento da economia, demonstrada na redução do desemprego no segundo trimestre do ano, parece manter-se. Os indicadores divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma estabilização da taxa nacional de desemprego nos 6,3% em julho, valor que se mantém inalterado face ao mês anterior, depois de o organismo público de estatística ter revisto em baixa a sua projeção inicial para o desemprego em junho, de 6,4% para 6,3%.
O INE contabilizou 329,9 mil desempregados em julho, traduzindo um decréscimo de 3,4 mil pessoas (1%) em cadeia, ou seja, face ao mês anterior. Os dados para o mês de julho, ainda provisórios, apontam para uma redução da população ativa em 6,1 mil pessoas (0,1%) e um aumento da população inativa de 7,8 mil (0,3%).
Na nota que acompanha a síntese estatística mensal, o INE explica que a diminuição registada na população ativa face ao mês de junho "resultou do decréscimo da população desempregada (3,4 mil, 1%) e da população empregada (2,7 mil; 0,1%)”. Já o aumento da população inativa foi explicado, essencialmente, pela “variação do número de outros inativos (10,3 mil; 0,5%)”.
Em termos homólogos, os dados apontam para um aumento da população ativa. Este grupo concentrava em julho deste ano mais 70,5 mil pessoas (+1,4%) do que no mesmo mês de 2022. Uma evolução que o INE explica com o acréscimo tanto da população empregada (50,6 mil; 1%) como da população desempregada (19,9 mil; 6,4%). A população inativa, por sua vez, terá diminuido em 41,1 mil pessoas (1,7%) “devido, principalmente, ao número de outros inativos (23,3 mil; 1%)”, aponta a síntese.
Destes indicadores resulta a manutenção da taxa de desemprego nos 6,3% em julho, valor idêntico ao do mês anterior, mas que supera em 0,3 pontos percentuais (p.p) o registado no mês homólogo de 2022.
Igualmente importante para o balanço nacional do mercado de trabalho, é o indicador da subutilização do trabalho, que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis e os inativos disponíveis, mas que não procuram emprego.
Em julho estavam nesta condição 629,6 mil pessoas, menos 6,3 mil (1%) do que o registado em junho deste ano, mas um valor superior ao contabilizado no período homólogo de 2022 (10,2 mil; 1,6%). Segundo o INE, a taxa de subutilização do trabalho — estimada em 11,6% — terá diminuido 0,1 p.p. em julho, face ao mês anterior, mantendo-se inalterada por comparação com a do mesmo mês do ano anterior.