O mercado imobiliário de luxo deverá animar na segunda metade do ano perante o início da descida dos juros globalmente, segundo o relatório intercalar do mercado feito pela consultora Sotheby’s International Realty e divulgado esta quinta-feira.
Segundo Bradley Nelson, diretor de marketing da Sotheby’s International Realty, a descida dos juros pode "desbloquear o stock de imóveis, porque taxas mais baixas tornam os pagamentos mensais das hipotecas mais acessíveis, permitindo o regresso ao mercado de potenciais compradores”.
As taxas ainda não desceram nos Estados Unidos da América (EUA), mas já desceram na Europa e a expectativa é que a Reserva Federal (Fed) siga o exemplo do Banco Central Europeu (BCE) e desça os juros até ao final do ano, algo que se irá ressentir no mercado.
O relatório indica que o aumento dos juros teve um impacto nas transações de imóveis, tendo havido uma queda no número de operações, um pouco por todo o mundo. “Na Europa, assistiu-se a um ligeiro alívio nos preços, de 0,3% na Zona Euro e de 1,1% na União Europeia em 2023, variações que englobam as quebras de 7,1% na Alemanha, fruto do abrandamento económico, mas também subidas em economias que continuaram a apresentar ritmos de crescimento mais elevados, casos da Bulgária (10,1%), Croácia (9,5%), Lituânia (8,3%), Polónia (13%), e Portugal (7,78%)”, indica a Sotheby's.
O diretor executivo da consultora em Portugal, Miguel Poisson, também considera que haverá uma recuperação da procura devido à descida dos juros, que se irá registar "num contexto que é ainda de reduzida oferta, o que tenderá a traduzir-se em preços mais elevados no imobiliário residencial como um todo”.
A redução dos juros terá impacto no mercado como um todo, mas particularmente para os investidores. “A redução das taxas de juros tenderá a tornar o imobiliário uma opção mais atrativa para estes compradores, nomeadamente para aqueles que procuram rentabilidade a longo prazo. E estes investidores estarão compradores de imóveis de luxo um pouco por todo o mundo, ditando um aumento dos preços neste segmento”, lê-se na nota.
O vice-presidente da consultora em Chicago até indicou que “o momento é agora” para comprar imóveis de luxo, pois “na próxima primavera poderá haver novamente um frenesim, com múltiplas ofertas e compradores à espera”. Esta perspetiva é válida para imóveis em cidades como Nova Iorque, Londres ou Paris, metrópoles que atraem compradores de todo o mundo, mas é também cada vez mais para outras cidades de menor dimensão, indica o relatório.