A dois anos do fecho do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na área da habitação ainda falta lançar concursos para a construção de 15.062 casas de um total de 32 mil previstas. Segundo o Expresso apurou, só no final do ano deve começar a construção em larga escala, quando todos os concursos estiverem lançados.
A falta de mão-de-obra, a burocracia e concursos subdimensionados estão a dificultar o andamento do programa, garantem os arquitetos envolvidos na sua execução, sendo que, a dois anos de terminar, estão executados 895 milhões de euros dos 3200 milhões contratados.
Apenas 16.938 das 32 mil habitações contratadas com a União Europeia estão em obra ou em concurso.
Os números são do Governo, foram apurados pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal e são corroborados pela Comissão de Acompanhamento do programa, que junta deputados, Ministério Público e outras entidades.
Arquitetos duvidam do cumprimento das metas
Os arquitetos que estão envolvidos nos concursos, ouvidos pelo Expresso, assumem que dificilmente Portugal vai conseguir cumprir a meta.
A renegociação do programa aumentou os números, dos 2733 milhões de euros iniciais, para 3200 milhões de euros. Com o aumento da dotação, o objetivo passou das 26 mil habitações para 32 mil fogos, a concretizar até ao final de 2026.