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PRR: Estado tem dois anos para construir 15.062 habitações

Burocracia, concursos com valores abaixo dos pedidos pelo mercado e falta de mão-de-obra estão a atrasar o cumprimento das metas para a construção de 32 mil habitações até 2026

D.R.

A dois anos do fecho do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na área da habitação ainda falta lançar concursos para a construção de 15.062 casas de um total de 32 mil previstas. Segundo o Expresso apurou, só no final do ano deve começar a construção em larga escala, quando todos os concursos estiverem lançados.

A falta de mão-de-obra, a burocracia e concursos subdimensionados estão a dificultar o andamento do programa, garantem os arquitetos envolvidos na sua execução, sendo que, a dois anos de terminar, estão executados 895 milhões de euros dos 3200 milhões contratados.

Apenas 16.938 das 32 mil habitações contratadas com a União Europeia estão em obra ou em concurso.

Os números são do Governo, foram apurados pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal e são corroborados pela Comissão de Acompanhamento do programa, que junta deputados, Ministério Público e outras entidades.

Arquitetos duvidam do cumprimento das metas

Os arquitetos que estão envolvidos nos concursos, ouvidos pelo Expresso, assumem que dificilmente Portugal vai conseguir cumprir a meta.

A renegociação do programa aumentou os números, dos 2733 milhões de euros iniciais, para 3200 milhões de euros. Com o aumento da dotação, o objetivo passou das 26 mil habitações para 32 mil fogos, a concretizar até ao final de 2026.