Imobiliário

Preços das casas voltaram a acelerar em Portugal no segundo trimestre, mas desaceleraram na Área Metropolitana de Lisboa

Os preços das casas aceleraram no segundo trimestre do ano, mas não na maioria dos municípios com mais de 100 mil habitantes. Estrangeiros chegam a comprar casas 150% mais caras do que as adquiridas pelos compradores portugueses

Evgeni Dinev Photography

No segundo trimestre do ano, 17 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes registaram uma desaceleração nos valores por metro quadrado (m2) das casas, ao contrário da média nacional, cujos preços cresceram mais que no primeiro trimestre. Mas na Área Metropolitana de Lisboa os preços das casas em quase todos os municípios continuam acima da média nacional, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quarta-feira.

Segundo o gabinete estatístico, entre abril e junho de 2023 o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1629 euros por m2, correspondendo a um crescimento de 9%. Ou seja, houve uma aceleração face ao primeiro trimestre do ano, uma vez que nesse período a variação homóloga tinha sido de 7,6%.

Já na Área Metropolitana de Lisboa (AML) os preços desaceleraram. Na região os preços fixaram-se em 2306 euros por m2, mais 11,1% que no segundo trimestre de 2022 (a variação homóloga registada no primeiro trimestre foi superior a 15%).

A maioria dos 18 concelhos que fazem parte da AML viram os preços desacelerar, exceto Amadora, Palmela e Lisboa. A capital é mesmo o município mais caro do país (para os quais há dados disponíveis), tendo passado os 4000 euros por m2 (4080). Destaque também para Mafra, o único concelho da AML cujos preços caíram (-1,7%, para 2118 euros) no segundo trimestre do ano.

Por outro lado, a Área Metropolitana do Porto (AMP) seguiu a tendência do país. Na região os preços subiram 14,3%, para 1802 euros por m2, uma variação superior à do trimestre anterior (11,1%).

Na AMP destaca-se Espinho, com uma subida de preços de 36% (para 1864 euros por m2) e, em sentido inverso, São João da Madeira com uma queda dos preços superior a 17% (para 1049 euros). Já o Porto registou uma subida de 13,4%, para 2684 euros, sendo o oitavo município mais caro do país.

Olhando para os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, em 17 houve uma desaceleração dos preços, “destacando-se com decréscimos superiores a 10 pontos percentuais (p.p.), Barcelos (-17,8 p.p.), Loures (-11,6 p.p.) e Odivelas (-10,3 p.p.)". Pelo contrário, “houve um aumento da taxa de variação homóloga em sete municípios, evidenciando-se Funchal (+20,1 p.p.) e Matosinhos (+12,3 p.p.)”.

Estrangeiros compram 90% mais caro em Lisboa

No trimestre em análise, o valor mediano de alojamentos familiares transacionados em Portugal envolvendo compradores com domicílio fiscal no estrangeiro foi 2409 euros por m2. Já no caso de pessoas que vivem dentro do país, o valor mediano foi de 1588 euros por m2.

As quatro sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados - Madeira, Algarve, AML e AMP - “apresentaram também os valores mais elevados em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador”.

E nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, o preço mediano por m2 das “transações efetuadas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro superou, respetivamente em 61,3% e 91,6%, o preço das transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional”.

Mas foi no Alentejo Central onde se registou a maior diferença de preços entre compradores com domicílio fiscal no estrangeiro e em território nacional, com o preço pago por residentes no exterior a superar em 150,4% o valor mediano suportado por compradores a residir em Portugal.