Se se perguntar a um residente de cidades tão distantes e tão diferentes como Bucareste, Copenhaga, Paris, Barcelona, Milão — e claro, Lisboa e Porto — o que pensa do estado do mercado de habitação dessas urbes, é muito provável que a resposta seja muito semelhante, com frustração e desespero à mistura pelos preços altos de compra e no arrendamento. Cada mercado é naturalmente diferente; mas há razões para esta crise que se repetem de país para país. A ausência de construção, a falta de habitação pública, e as migrações em massa para os grandes polos urbanos são apontadas como as principais causas pelos especialistas.

Boris Cournède, vice-diretor da divisão de Economia Pública da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), diz ao Expresso que “os grandes fatores que provocaram o crescimento dos preços nos últimos 20 anos é a demografia, rendimentos e a disponibilidade de solo para construção, sendo complicado em várias cidades construir e aumentar a densidade”.