Imobiliário

Juros no crédito à habitação voltam a subir e atingem novo máximo de 14 anos

Os juros implícitos no crédito à habitação em Portugal voltaram a subir em junho, alcançando os 3,649%. A prestação média subiu para 361 euros, sendo que 53% representava o pagamento dos juros

JOSÉ FERNANDES

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação em Portugal subiu para 3,649% em junho, uma subida de 25,1 pontos-base face a maio (3,398%), e assim atingiu o valor mais elevado desde abril de 2009, segundo mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quarta-feira.

Desde abril do ano passado que esta taxa sobe todos os meses e em junho os juros representaram mais de metade da prestação pelo segundo mês consecutivo.

Se olharmos apenas para os contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 3,882% em maio para 4,132% em junho, atingindo o valor mais elevado desde maio de 2012.

A taxa de juro média inclui, além da aquisição de habitação, os juros para construção e reabilitação. Assim, se analisarmos apenas o financiamento de aquisição de habitação, “o mais relevante no conjunto do crédito à habitação”, segundo o INE, a taxa de juro subiu para 3,631% (mais 24,8 pontos base face ao mês anterior). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu 25,2 pontos para 4,123%.

A prestação média subiu para 361 euros, mais nove euros que em maio e mais 100 euros que em junho de 2022 (aumento de 38,3%). Deste valor, 192 euros (53%) correspondem a pagamento de juros e 169 euros (47%) a capital amortizado. Foi o segundo mês consecutivo em que o pagamento dos juros ultrapassou os 50%.

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu 18 euros face ao mês anterior, para 609 euros.

O INE indica ainda que, no mês em análise, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 127 euros, fixando-se em 63.296 euros. E nos contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida foi 122.570 euros, menos 1495 euros que em maio.