O número de transações de casas aumentou em Portugal em 2022 face ao ano anterior, mas a um ritmo muito menor do que no ano anterior, segundo dados do Eurostat divulgados esta quinta-feira, 13 de julho.
Na maioria dos 16 países da União Europeia (UE) para os quais já há dados relativos a compra e venda de apartamentos e casas, as transações caíram em 2022 face ao ano anterior, depois de, em 2021, terem disparado no rescaldo da paragem forçada pela pandemia da covid-19.
Portugal escapou às quedas em 2022, tendo o número de transações aumentado 2,7% no ano passado. Ainda assim, este registo representa um grande abrandamento em relação à subida de 19,4% registada em 2021. Em 2020, ano de início da pandemia e do forte abrandamento das atividades económicas, o número de transações de casas caíra 9,8%.
Nos restantes países para os quais há dados, à recuperação de 2021 seguiu-se, em muitos deles, uma queda em 2022; ano marcado pela forte subida das taxas de juro ditadas pelos bancos centrais.
A Dinamarca, a Finlândia, os Países Baixos e o Luxemburgo registaram quedas homólogas no número de vendas de casas de 31,6%, 16,6%, 16,2%, e 15,1%, respetivamente, as maiores variações negativas.
Já os países que viram maiores aumentos em 2022 foram Chipre, com 27,4%; a Irlanda, com 7,7%, e Espanha, com 6%.
“Desde o início da covid-19, o mercado imobiliário tem sido volátil”, explica o Eurostat na nota de imprensa. “Em 2020, registou-se uma queda generalizada nas transações de casas devido às medidas de confinamento, com apenas quatro (Dinamarca, Finlândia, Países Baixos, e Áustria) entre os países da UE a apresentarem um aumento das vendas”.
“Esta situação foi seguida de um período de crescimento em 2021, com as vendas a aumentarem nos 16 países da UE analisados, à excepção dos Países Baixos e do Luxemburgo. O mercado estava tão aquecido em 2021 que 11 dos 16 países com dados disponíveis registaram variações anuais acima dos 10%, com os maiores aumentos registados em Espanha (39,3%) e na Bulgária (+39%)”, resume o Eurostat.