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Crise ‘empurra’ famílias para partilha de habitação

Apartamentos individuais, com uma parte comum: este é o conceito da habitação colaborativa, que está a surgir no mercado residencial pela mão do sector social e de privados

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Amadeu Araújo

A crise na habitação está a provocar o aparecimento de novas soluções habitacionais, como as residências colaborativas ou multifamiliares, em que os espaços comuns são partilhados e que possibilitam uma redução dos custos do arrendamento.

Todavia, a legislação atual ainda não consegue dar resposta a este modelo de residência e a solução tem sido utilizar o conceito de unidades hoteleiras, que tornam o processo mais flexível.

Partilha de espaços comuns

Ao contrário do coliving, em que “é normal a partilha de casa, a habitação colaborativa permite a individualidade dos residentes, que dispõem de espaços comuns”, explica a arquiteta Maria João Andrade, do Atelier MJARC. Cozinha, sala e lavandaria “são comuns, todas as outras áreas são individuais”, complementa.

Um destes espaços está a ser construído no Barreiro e resulta de um investimento de €300 mil feito pela autarquia com recurso aos fundos comunitários. Estas habitações colaborativas estão preparadas para acolher 14 residentes, podendo chegar a 37 moradores.

No país há outros exemplos, como em Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal, onde a Cooperativa Habitacional — Bairro Angelina de Sousa Mendes se prepara para construir habitações para 32 pessoas, num investimento de €826 mil. No seu conjunto, são oito edifícios destinados à habitação, acrescidos de um edifício polivalente.