Os juros (yields) das Obrigações do Tesouro português a 10 anos subiram duas décimas desde a reunião do Banco Central Europeu (BCE), a 14 de setembro, onde se decidiu por uma nova subida das taxas em 25 pontos-base e se antecipou que, mesmo que haja uma pausa, os níveis máximos de aperto monetário se vão manter por um longo período. Os juros portugueses a 10 anos subiram de 3,4%, no dia anterior à reunião do BCE, para 3,6% na abertura da sessão desta sexta-feira, duas semanas depois.
Tendo em conta a perspetiva de níveis de taxas do banco central suficientemente restritivos por longo tempo, o algoritmo do portal World Government Bonds projeta um juro da dívida portuguesa a 10 anos de 4,96% daqui a 12 meses, um nível similar ao que se registava no início de 2014, na ponta final do resgate pela troika.
Apesar da subida dos juros da dívida portuguesa, o spread em relação à dívida alemã continuará a baixar. Atualmente está em 74 pontos-base e deverá descer para 68 em setembro do próximo ano. Este spread mede o prémio de risco que os investidores exigem para adquirir dívida portuguesa em relação ao custo da dívda alemã no prazo a 10 anos. O spread para a dívida portuguesa continuará a ser o mais baixo no grupo dos países periféricos do euro, que conta, além de Portugal, com mais 10 países.